Por Redação da Computerworld
As teles tentam convencer o governo federal de que o uso da frequência de 700 MHz (hoje usada para transmissões de TV) para a construção das redes 4G no Brasil é melhor que a faixa de 2,5 GHz. Com esse objetivo, elas contrataram o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) para mostrar o impacto da alocação desse espectro pelas nova redes móveis.
Segundo o levantamento, batizado de “Análise de Utilização do Espectro de 700 MHz”, pago pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), o Brasil pode acompanhar a tendência mundial de destinação dessa frequência para os serviços móveis, sem causar prejuízo para a operação da TV digital.
De acordo com o estudo, projeções da própria Anatel apontam para a necessidade de 980 MHz de espectro em 2015, acima do total de 759 MHz, que será destinado aos serviços móveis. O total de frequências já atribuídas considera o espectro atual e as faixas que constam do planejamento da Anatel, entre elas a de 2,5 GHz, para 4G e de 450 MHz, para atendimento de áreas rurais.
Porém, a faixa de 3,5 GHz, por exemplo, apesar de estar atribuída também ao serviço móvel, ainda não está sendo considerada pelas operadoras como uma opção técnica e economicamente viável para a expansão do Serviço Móvel Pessoal (SMP).
O processo de digitalização das transmissões terrestres de televisão, por sua vez, também tem promovido mudanças no setor de radiodifusão. Pelo cronograma definido pelo governo, as transmissões de sinais em sistema analógico serão desativadas em 2016, o que permite a desocupação da faixa de 700 MHz.
A desativação das transmissões analógicas deverá ocorrer até 2012 na maioria dos países europeus, nos Estados Unidos, Canadá, Coréia do Sul e Japão. Rússia, Índia, China e México, desligarão o sinal analógico até 2015 e os países latino-americanos, africanos e asiáticos a partir de 2016.
Na discussão de como ter um melhor aproveitamento do dividendo digital, a maioria dos países tem buscado segregar faixas contínuas desse espectro em sinergia com experiências de outras nações, se beneficiando dos ganhos de escala que favorecem a implantação de novos serviços ao menor custo possível para a sociedade.
Entre as análises técnicas efetuadas pelo CPqD, a atribuição de toda a faixa de 700 MHz, em caráter primário, para o serviço móvel dependeria, em primeiro lugar, de um remanejamento dos canais digitais entre 52 a 59, operação que pode ser realizada sem maiores dificuldades na grande maioria dos municípios, incluindo aqueles com alta ocupação desses canais.