post-title Processo de projeto para edifícios residenciais 2007-08-22 11:02:18 yes no Posted by: Categories: Notícias

Processo de projeto para edifícios residenciais

Elaboração: DANIELA GONÇALVES MATTARDissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Construção Civil da Universidade Federal de São Carlos, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Construção Civil.
Linha de Pesquisa: Racionalização, Avaliação e Gestão de Processos e Sistemas Construtivos Orientador: Professor Doutor Celso Carlos Novaes
Resumo
A automação residencial têm sido usada por empreendedores como estratégia para agregar valor ao projeto e ao produto, gerando um diferencial competitivo. Hoje são utilizados nas residências mecanismos isolados de automação em diversas áreas e o grande desafio atual é conseguir integrar todos estes sistemas, possibilitando economia, conforto e facilidade de uso. Para desempenhar esta função, destaca-se no mercado a presença gradativa da figura do integrador de sistemas residenciais como participante da equipe de projeto. Visando contribuir para este panorama de mudanças tão velozes e significativas nas estratégias competitivas, propõe-se estudar nesta dissertação as formas de organização do processo de projeto em um novo produto complexo (edifícios residenciais inteligentes), assim como, caracterizar o perfil do integrador de sistemas residenciais.
CONCLUSÕES
Algumas das necessidades básicas do homem da caverna são as mesmas do homem contemporâneo. Para viver ambos precisam de um lugar que ofereça segurança, conforto térmico, abrigo contra mudanças climáticas e um lugar para o encontro da família. Como ao homem foi dada a capacidade de sonhar e projetar ele sonhou sair da caverna para um lugar melhor, projetou e construiu sua habitação cada vez melhor, numa evolução constante que nos leva hoje até a casa inteligente. As necessidades e desejos que norteiam a automação residencial nada mais são do que a conseqüência do desenvolvimento humano durante este longo período de tempo. A tecnologia necessária para tornar a residência inteligente já existe desde meados da década de 70, entretanto o que se pode observar na contemporaneidade é a grande velocidade na evolução destas tecnologias, com o surgimento de novos equipamentos e a transição para a economia de escala. Durante o processo de desenvolvimento tecnológico visando determinados objetivos específicos como a viagem do homem à lua, houve o surgimento de novos produtos que transbordaram para a sociedade, tais como o plástico, tecidos mais resistentes, alimentação, melhora significativa nos meios de comunicação e transporte, etc… Há a esperança de que fenômeno semelhante ocorra com a automação residencial, que ela passe da elite para as camadas mais pobres da população, facilitando e melhorando sua qualidade de vida. Como exemplo contemporâneo pode-se citar a presença de medição individualizada de água em edifícios populares que evita que pelo não pagamento da taxa de água por um morador, todo o prédio de apartamentos seja penalizado e tenha sua água cortada. Empreendimento e também com a otimização da eficiência da equipe de funcionários envolvidos na operação. O sistema capitalista, no qual a maioria dos países está inserida, visa o lucro. Para se obter este lucro numa economia globalizada e muito competitiva é necessário possuir estratégias competitivas flexíveis, para a adaptação ao consumidor que está em transformação. Estudos segmentados percebem os nichos de mercados, em declínio e em ascensão, e tentam atendê-los com produtos personalizados. Algumas vezes não é a melhor tecnologia que se populariza, mas sim, a que consegue ser a mais rápida na absorção do mercado e/ou ter uma estratégia de marketing e disseminação mais elaborada. Como Pinho (2005) afirma, “Esses e outros aparatos podem ter sua real utilidade questionada, mas é certo que o mercado, ávido por novos consumidores, busca, em cada novo passo da evolução tecnológica, uma nova forma de criar ou tornar manifestas novas demandas, sejam elas reais ou fictícias”. Os clientes estão exigindo cada vez mais qualidade e serviços superiores, além de alguma customização; percebem menos diferenças reais entre produtos, mostrando menos fidelidade a marcas. Eles também podem obter muitas informações sobre produtos por meio da Internet e de outras fontes, o que permite que comprem de maneira mais racional e com maior sensibilidade em relação ao preço. Concluindo: os consumidores mudaram e os produtos da Indústria da Construção Civil tendem a se transformar para atendê-los. Para isso se torna imprescindível projetos e produtos de qualidade, e que tenham um diferencial competitivo frente ao mercado.
A automação residencial atualmente é um diferencial competitivo. Isto ocorre porque ainda há poucas firmas que detêm a tecnologia e as parcerias necessárias para produzi-la em seus produtos e porque representa um grande benefício ao público consumidor.
Castro Neves (1994) afirma que “A evolução no setor de obras civis de todos os portes na direção dos sistemas de automação, segurança e cabeamento pode ser considerada irreversível, uma vez que está inteiramente baseada na evolução tecnológica, otimização operacional e benefício financeiro”. A grande tendência é a popularização da automação residencial pelo surgimento de novos produtos, barateamento das tecnologias existentes, familiarização com os produtos por parte dos consumidores e mais pontos de vendas dos produtos. Assim que isto ocorrer, o diferencial competitivo tomará outra configuração com a qualidade dos serviços prestados e com o oferecimento de diversos novos serviços agregados.
3.1.1 Fenômenos contemporâneos
A verticalização das residências é um fenômeno contemporâneo e a incorporação de novas tecnologias à edificação é uma tendência muito forte, por estar associada às mudanças no estilo de vida da população (que geraram novas necessidades); ao avanço tecnológico; à economia de energia; à redução com os custos com pessoal para a manutenção; à otimização do sistema e à crescente necessidade por segurança patrimonial e individual e também ao conforto. Nota-se também a tendência ao retorno do ambiente de trabalho para a residência. A popularização de aparelhos eletrônicos tem ocorrido de forma mais rápida do que a resolução do problema do déficit habitacional brasileiro. Isto faz com que moradias precárias (algumas condenadas, inseguras e sem saneamento) possuam uma grande quantidade de eletrodomésticos. O processo de projeto para edifícios residenciais inteligentes passa por uma evolução tecnológica, semelhante ao ocorrido à edificação, ao incorporar mecanismos inteligentes, pois, ao processo tradicional de projeto são incorporadas novas ferramentas tais como softwares, ambientes colaborativos de projetos e também a mobilidade proporcionada por novos equipamentos. Pouco a pouco e em ritmo crescente, incorpora-se, ao processo de projeto, ferramentas mais sofisticadas, complexas e completas.
Capacitação do Integrador
A função desempenhada pelo profissional denominado integrador de sistemas residenciais inicia-se de forma empírica. Atualmente consta de vários perfis diferenciados, com migração de outros setores para o desempenho da função, caracterizando-se como uma fase heterodoxa. Mas como várias pessoas estão buscando a especialização no setor, isso levará a uma tendência de homogeneização do conhecimento e também de regulamentações, com o intuito de proteger os clientes finais e orientar os profissionais. Como a tendência ao crescimento cada vez mais acelerado de residências inteligentes é um processo irreversível, esse próprio crescimento levará à necessidade de maiores especificações e capacitações para o setor, o que poderá levar até à criação de cursos de graduação, em um futuro não muito distante, para integradores de sistemas residenciais. Em Portugal já existem cursos específicos de graduação, mestrado e doutorado para este setor e esta é uma tendência que tende a abranger o resto do mundo, incluindo o Brasil. A capacitação para o bom desempenho da função abrange temas diversos, muitos dos quais híbridos, e tem como uma das mais fortes características a necessidade constante de atualização. Outras fatores capacitadores apontadas pelos profissionais que exercem a função são: cursos oferecidos pelos fabricantes de produtos; livros e pesquisa na Internet; cursos de integrador de sistemas residenciais oferecido pela AURESIDE; experiência profissional anterior. Como perfil profissional necessário, para o bom desempenho da função de integrador de sistemas residenciais, foram apontados pelos participantes da pesquisa: atualização constante sobre novos produtos e procedimentos; postura ética e profissional; visão sistêmica e conhecimento de projetos; capacidade de coordenar equipes multidisciplinares; facilidade de relacionamento interpessoal nos diversos níveis.
A Internet
A Internet causou uma grande revolução em diversos aspectos sociais (trabalho, comunicação, entretenimento) e a popularização da Internet banda larga nas residências tende a causar outra revolução, porque permite serviços tais como: vigilância digital e acesso através da Internet das imagens em qualquer lugar do mundo; transformação do computador em um centro de entretenimento através de imagens, fotografias, jogos em tempo real com pessoas de outros lugares; web cams, vídeos, músicas. Quando se popularizar a interoperabilidade entre os aparelhos ou mesmo uma rede local sem fio, todos os recursos disponíveis no computador se espalharão pela casa. A Internet permite que as informações referentes à automação residencial tenham uma busca rápida em um banco de dados internacional e que sejam em sua maioria gratuitas, caracterizando-se como um mecanismo de capacitação para o profissional integrador de sistemas e também para o cliente que queira se aprofundar no assunto. A Internet possibilita a democratização do conhecimento, que não se limita mais ao ambiente acadêmico e/ ou técnico, e torna os clientes cada vez mais exigentes com a qualidade dos produtos e serviços adquiridos, e conscientes de seus direitos.
3.4 Adoção tecnológica por parte dos consumidores Enquanto em muitos países o alto custo da mão de obra doméstica seja um fator estimulador para a adoção da automação residencial, no Brasil observa-se um quadro oposto, pois, aqui a mão de obra doméstica ainda é muito barata, o que se reflete na desigualdade de renda.
3.5 Humanidade
Charles Chaplin (1889-1977), em O Grande Ditador discursou: “Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas duas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.” Que a humanidade e o meio ambiente não sejam destruídos pelo desenvolvimento desenfreado e desordenado da tecnologia. O homem precisa da tecnologia, da automação, da casa inteligente. Mas antes de tudo, precisa fazer com que estes recursos tenham como objetivo maior o próprio homem e seu bem estar físico, psíquico e social.
O trabalho de conclusão da Daniela Gonçalves Mattar você vê na integra em http://www.bdtd.ufscar.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1475

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